Suporte Técnico
DURABILIDADE DAS IMPRESSÕES PRODUZIDAS PELOS SISTEMAS DIGITAIS

Neste mês comentaremos resumidamente as características dos trabalhos impressos pelos sistemas digitais e a durabilidade estimada dos mesmos.

Sempre que pensamos em impressões digitais somos remetidos a sistemas ink jet base água ou solvente, processo laser, sistema de sublimação térmica ou mesmo impressoras que utilizam-se de cera.

Não importa o sistema digital de impressão, a durabilidade dos impressos está sempre dependente de alguns fatores que relacionamos a seguir:

1. Fatores inerentes aos substratos
2. Fatores relativos aos revestimentos ou tratamentos aplicados nos substratos (se for o caso de substratos especiais para impressões digitais)
3. Fatores relacionados às tintas utilizadas
4. Fatores dependentes do ambiente
5. Correta armazenagem e manuseio dos impressos

Falando do primeiro fator, a própria formulação ou engenharia construtiva do substrato pode influir decisivamente na durabilidade da impressão. Podemos exemplificar, para uma melhor compreensão, apontando que um filme (plástico) por exemplo oferece diferentes condições de ancoragem da tinta de acordo com o seu tipo (Poliéster, Polipropileno, Poliestireno, Policarbonato, etc), com sua porosidade, lisura superficial, e muitas outras características próprias. Todos esses pontos determinam se a tinta terá melhores ou piores condições de “ancoragem” sobre esse substrato, que percentual do solvente será absorvido e, conseqüentemente, o volume que deverá ser evaporado e dezenas de outras variáveis.

No caso dos substratos de papel, aspectos como o tipo de fibra usado na fabricação desse, sua densidade, tipo de colagem (ácida ou alcalina), umidade, compactação, lisura superficial e porosidade são determinantes para a estimativa de durabilidade dos impressos.

Engana-se aquele que imagina que qualquer papel que imprima com qualidade, obrigatoriamente oferecerá grande durabilidade às impressões. Os dois aspectos são independentes.

No tocante aos revestimentos ou tratamentos aplicados sobre os substratos, parece óbvio, não é? São inúmeras as formulações de coatings (revestimentos) aplicados sobre os substratos. Dependendo do tipo de aplicação (ink jet, laser, cera, sublimação) são aplicadas diferentes fórmulas às superfícies dos papéis ou filmes.

Essas formulações muitas vezes são compostas de elementos químicos, com propriedades diferentes que podem reagir de formas absolutamente distintas com os elementos químicos presentes nas tintas aplicadas nas impressões. Mesmo entre papéis revestidos de mesma aplicação, existem grandes diferenças nos tratamentos de fabricante para fabricante.

As tintas utilizadas também atuam diretamente na durabilidade das impressões. Dependendo das formulações dessas tintas, as impressões estarão mais ou menos sujeitas ao esmaecimento das cores, pois essas podem conter diferentes tipos de fixadores, pigmentos ou corantes e aditivos estabilizantes.

No tocante ao ambiente, é correto dizer que as condições ambientais são um dos fatores mais importantes na determinação da longevidade do impresso. Umidade relativa do ar (entenda-se quantidade de água em suspensão), temperatura, exposição aos raios UV e IR, pó, condições que favorecem a presença de fungos e bactérias e que são elementos importantes na equação que projeta a durabilidade da impressão. Os níveis ideais são temperatura entre 20 e 25°C e umidade relativa do ar entre 45 e 65%. Quer saber por quê?

Todo o papel, tenha ele o tipo de fibra que tiver, é higroscópico, ou seja, toda a fibra de papel absorve água ou seca de acordo com os níveis de umidade do ambiente. A umidade em diferentes níveis  faz com que as fibras trabalhem, encorpando-se com a água ou contraindo-se na sua ausência. Essas oscilações freqüentes fazem com que vá ocorrendo um “descolamento” da tinta que ancorava sobre essas fibras e por conseqüência, sua liberação, ocorrendo o esmaecimento das cores.

Não é demais lembrar, ainda, que umidade+calor = paraíso para os fungos e bactérias.
 
O papel, formado por fibras de celulose, sofre um processo de fotodegradação progressiva, quando exposto diretamente a luz, rompendo a  sua estrutura.

A radiação ultravioleta (entre 200 a 400 nanometros) e o infravermelho (acima de 700 nanometros) são os principais vilões no esmaecimento das cores pela exposição à luz.
 
O tempo de exposição a esses fatores e a sua intensidade somam-se na determinação do grau de nocividade. Maior intensidade numa freqüência menor é tão prejudicial quanto menor intensidade por períodos de tempo mais prolongados.

A luz solar, sem dúvidas, é a principal vilã nesse processo de perda de intensidade de cores. Já as lâmpadas fluorescentes emitem altos índices de radiação ultravioleta (bem mais que as incandescentes) .

O manuseio também é importante, pois, o dobrar, raspar, molhar, engordurar ou acidificar a superfície impressa também acelera a degradação.

Todo o fabricante de mídias para impressão digital deve ter por norma o estudo de todas essas variáveis citadas neste texto, e apropriar seus produtos para que esses ofereçam as melhores condições de durabilidade aos consumidores.

Conto com muito orgulho em todas as palestras que realizo em eventos técnicos relativos a impressão digital, que a Filiperson é modelo no desenvolvimento de mídias.

Os cuidados começam nas especificações dos tipos de substratos a serem utilizados. Se filmes, aqueles com as melhores características. Se papel, bem, aí então a empresa é especializada já que é fabricante de papéis especiais. Tipo de fibras utilizadas, colagem, lisura, PH, porosidades, densidade, carteado, enfim, tudo adequado ao processo a que se destina o papel.

Na seleção dos produtos químicos a serem aplicados os técnicos da empresa elegem apenas aqueles mais apropriados e que não reajam com as tintas as quais se destinam os papéis.

Nos processos de fabricação, controles de umidade, temperaturas e filtragem do ar, garantindo a durabilidade dos produtos.

As embalagens além de protegerem eficazmente os produtos trazem claras instruções de manuseio, armazenagem e setup de impressão.

Além de todos esses cuidados a Filiperson possui uma exclusiva câmara de degradação assistida que permite simular o envelhecimento das impressões de forma acelerada e monitorada e, assim, testar todas as variáveis possíveis, garantindo produtos de longa durabilidade.

Os produtos da linha digital com a marca Filipaper podem ser impressos e armazenados por muitos e muitos anos, mantendo suas características originais e a fidelidade total das cores.

Terminando o texto da coluna deste mês, gostaria de agradecer aos e-mails que enviados, com dúvidas e sugestões de temas a serem comentados na coluna. Essas participações, críticas e sugestões contribuem efetivamente para que os assuntos aqui comentados sejam a cada dia mais apropriados e nos motivam a procurar sempre aprimorar este canal de comunicação.

Estamos sempre à sua disposição.

Um abraço e até a próxima

Daniel Grassiotto
Coordenador da unidade digital
Filiperson Ind Papéis Especiais