Filiperson é citada em matéria da Publish

Rio Artes Manuais 


Impressão Papéis de segurança
Por Flavius Deliberalli
Alta tecnologia e sigilo são as marcas
de um mercado em expansão
As poucas empresas que atuam neste mercado são unânimes em dizer que as aplicações estão crescendo

Poucas informações e sigilo. É longe da agitação do mercado e da mídia que o mercado de papéis de segurança mostra força e crescimento no Brasil. Conheça nesta reportagem um breve panorama do mercado atual e os produtos oferecidos – a princípio – pelas únicas fabricantes do país: a franco-britânica Arjowiggins Security, com sede em Salto (SP), e a Filiperson, baseada no Rio de Janeiro.

Mercado

Ao contrário do que muita gente pensa, as aplicações desse tipo de papel estão em alta, sendo reflexo também do momento econômico atual do país. De acordo com as empresas, tanto as vendas quanto o desenvolvimento e personalização de soluções de segurança indicam crescimento nos últimos anos, especialmente após a recente crise econômica mundial. “Sentimos uma forte reação nas vendas dos papéis de segurança, especialmente pela melhoria da renda da população, alterando até mesmo a extratificação das classes sociais, inserindo em uma faixa de consumo milhões de brasileiros que até então margeavam o mercado B e C, e, com isso, provocaram um significativo aumento na demanda por impressos de segurança como ingressos para shows, certidões, documentos, certificados etc. Também como fruto da estabilidade econômica, o papel de segurança vem sendo a cada dia mais utilizado, tendo sido ‘descoberto’ por segmentos do mercado que até então não consideravam o uso desse produto em suas atividades”, explica o gerente operacional comercial da Filiperson, Daniel Grassiotto. “Os ingressos, por exemplo. O mercado de entretenimento está crescendo bastante. Para os papéis de segurança, cada vez mais, existem aplicações diferenciadas. São conquistas de novos mercados. O número de gráficas que trabalham com papéis de segurança é limitado, mas você vai buscando novas aplicações”, diz a analista de comunicação corporativa para a américa latina da Arjowiggins Security, Lina Nonaka.

Especificamente em relação ao ano de 2010, o mercado de papéis de segurança mostrou-se aquecido, com bons números e aumento de demanda de produtos. “Iniciamos o ano de 2010 já colhendo os frutos da política de democratização do acesso aos papéis de segurança que começamos a implantar em 2009. Assim, o ano passado foi muito vigoroso, tendo conseguido a Filiperson ampliar a sua carteira de clientes da linha de papéis de segurança em mais de 40% e o seu faturamento em cerca de 18%. Nossos clientes tradicionais aumentaram seus volumes de compras e disponibilizamos ainda mais itens de segurança”, diz Grassiotto. “Foi um ano muito bom. Pode-se dizer que a cultura de se agregar soluções de segurança vem crescendo cada vez mais no Brasil. O país tem um potencial muito grande, ainda mais agora com os eventos que irão acontecer, como Copa do Mundo e Olimpíadas. Além disso, o mercado de ingressos para shows, por exemplo. Vários artistas estão trazendo seus shows para cá e as gráficas de segurança estão buscando soluções exclusivas e inovadoras para cada evento. Além dos ingressos, podemos citar os cheques, mesmo com a queda da utilização desse tipo de transação”, analisa o gestor de marketing de soluções de segurança para a América Latina da Arjowiggins Security, Cristiano Luz. A empresa registrou aumento de 17% em seu faturamento nos últimos dois anos.

Aumento de pedidos

Especificamente nos últimos dois anos, as empresas registraram aumento de pedidos de papéis e de personalização de itens de segurança. Além do reflexo do bom momento econômico do país, onde as classes sociais mais baixas experimentaram um sensível aumento de seu poder de aquisição, inclui-se também no balanço a atualização dos itens por questões de segurança, ação que é recomendada pelos fabricantes de tempos em tempos. “Tivemos nítidos aumentos de demandas dos clientes tradicionais, com aumento de volumes dos papéis de segurança habitualmente vendidos a esses e também o desenvolvimento de outros papéis de segurança personalizados, para aplicações diversas. Podemos dizer que o ano de 2010 e o primeiro trimestre de 2011 foram pródigos também na abertura de novos clientes para papéis de segurança. É expressivo o número de novos clientes incorporados à nossa carteira nesses períodos. Não é possível dissociar essa ampliação de nossa participação no mercado das ações mercadológicas implementadas nos últimos 24 meses”, explica Grassiotto. “Tem também a atualização, que é algo que sempre recomendamos quando desenvolvemos algum projeto. Inclusive no início do Real, era utilizada uma mesma marca d´água para várias cédulas. Um cuidado que se teve, da primeira para a segunda família agora, é ter uma marca d´água exclusiva para cada valor”, diz o gestor da Arjowiggins.

Novos produtos

As empresas anunciaram novos produtos e aplicações para o mercado em 2010, fato que comprova que existe demanda de soluções crescente no setor. Entre os lançamentos da Filiperson estão os tratamentos antirrasura e Laser Fix, os pigmentos termocrômicos e fotocrômicos implantados na massa do papel, e o DNA. “Sem dúvidas o nosso maior lançamento na linha de papéis de segurança foi o DNA. De forma simples e objetiva podemos dizer que o DNA é um sistema de segurança e não um simples item. Esse sistema permite que a qualquer tempo, mediante procedimen43
tos técnicos específicos, se determine não só a autenticidade da procedência daquele papel de segurança, mas também sua origem e cronologia de fabricação”, explica Grassiotto. Outro avanço significativo destacado foi a tecnologia Laser Fix. Segundo a empresa, os papéis que empregam este item de segurança permitem impressão offset tradicional e impressão laser de dados variáveis com perfeita adesão do toner, impedindo assim sua adulteração.
Já a Arjowiggins, além de novidades, passou a se posicionar no mercado como provedora de soluções de segurança, pois não desenvolve mais apenas soluções em papel há algum tempo. “As maiores inovações da Arjowiggins foram as soluções eletrônicas. O maior exemplo disso é o chip para passaporte biométrico. Além disso, podemos citar como inovação em 2010, uma solução para autenticação de cédulas, a marca d´água Pixel, que é uma marca d´água com áreas mais claras e que oferecem mais contraste. Ela tem tons coloridos na imagem que trazem mais luz para a marca d´água prensada, o que gera um contraste maior. É uma marca d´água mais bonita, mais contrastada, e é uma evolução da marca d´água de fôrma redonda”, explica Cristiano Luz. O produto recebeu no ano passado o Prêmio Best New Currency Feature (Melhor Produto Inovador para Moedas), concedido pela International Association of Currency Affairs (IACA).

Distribuição

A comercialização deste tipo de papel, além de restrita, por motivos de segurança, é realizada apenas diretamente com os fabricantes. De acordo com estas empresas, existem algumas gráficas no mercado autorizadas e credenciadas a trabalhar com este tipo de papel, sendo responsáveis pela impressão de documentos oficiais, tais como diplomas, certidões, selos, passaportes e até as cédulas de dinheiro, entre outros. Por conta da política de confidencialidade, os fabricantes não revelaram os nomes das empresas que operam com este tipo de papel, mas informaram que os papéis são empregados por bancos, órgãos governamentais e empresas privadas que precisam proteger seus produtos, e que as vendas são controladas. “A Filiperson realiza minuciosa pesquisa cadastral e comercial das gráficas a quem fornece os papéis de segurança, além de registrar datas, quantidades, formatos e tipos dos papéis fornecidos e exigir da gráfica adquirente um documento de responsabilidade, onde indica a destinação do papel, que tipo de trabalho será impresso, para qual aplicação e em quais quantidades. Além da pesquisa citada e dos termos de compromisso e responsabilidade, visitamos as empresas que pretendem adquirir os papéis de segurança no ato da cotação e periodicamente, e não vendemos sob nenhuma hipótese para clientes não cadastrados. Ainda que cadastrados, a venda é restrita somente às gráficas aprovadas em nossa pesquisa prévia”, explica Daniel Grassiotto. “Cada projeto é um projeto. Nós vamos analisar a necessidade desse documento e a necessidade desse cliente. Nós temos contato com várias gráficas credenciadas a trabalhar com papéis de segurança. Se o cliente que está pedindo o documento trabalha com uma gráfica comum, nós vamos visitar a fábrica, verificar as instalações, ver se ela possui um mínimo de segurança física. Nós desenvolvemos técnicas de segurança para atestar se a fábrica é segura ou não, ou então recomendar alguma empresa”, conclui Cristiano Luz. A Arjowiggins informou ainda que quando o cliente é impressor, o papel é encaminhado diretamente para ele. Quando o cliente não é impressor, deve obter credenciamento e autorização da gráfica para a compra do papel. A empresa instalada no interior de São Paulo informou ainda que ajuda as gráficas a se adequarem às normas, mas caso não aconteça o atendimento das exigências, a venda do papel não é efetuada.

 
 
O gestor de marketing de soluções de segurança para a América Latina da Arjowiggins Security, Cristiano Luz   O gerente operacional comercial da Filiperson, Daniel Grassiotto
 
As linhas de produtos e a personalização

Os fabricantes possuem como principal característica a personalização, atendendo as especificações de cada projeto e cliente. Os papéis Filiseg, da Filiperson, indicados para a confecção de documentos de identificação, certidões, documentos oficiais, ingressos, tickets, diplomas, certificados, vales transporte, selos, lacres, títulos fiduciários e ações, entre outros, são produzidos inicialmente nas gramaturas 94 ou 120 g/m², nos formatos 660 X 960, 700 X 1.000 e 850 X 610 mm, em folhas ou bobinas, na cor branco natural. Porém, gramatura, formato e cor, podem ser personalizados. Entre os principais dispositivos de segurança aplicados pela empresa estão a marca d´água genérica ou personalizada por processo Dandy Roll ou Marking Press; o revestimento antirrasura; o revestimento Laser Fix; o DNA; e os dispositivos implantados na massa do papel, como as fibras de segurança coloridas aparentes (com cores, diâmetro, comprimento e concentração controlados); as fibras de segurança invisíveis (visíveis somente sob lâmpada UV), com cores, diâmetro, comprimento e concentração controlados; os confetes coloridos; os confetes holográficos; as Star Light (estrelas visíveis sob luz UV); as fibras reativas UV; os pigmentos termocrômicos e fotocrômicos; e os planchetes coloridos. Além disso, adicionalmente, sob demanda, podem ser inseridos outros itens de segurança, tais como os fios e bandas holográficas, os fios magnéticos, os pigmentos metálicos e as microcápsulas reagentes.
 
Um dos empregos dos papéis de segurança: a confecção de passaportes
Já a Arjowiggins, que tem suas soluções em segurança indicadas para a confecção de cheques, ingressos, diplomas, certificados, documentos cartoriais, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e produtos que precisam de proteção contra fraudes, tais como, agroquímicos, roupas de grife e autopeças, entre outros, informou que não segue um padrão estabelecido para gramatura, formato e cor, e com a evolução natural dos mercados onde atua, passou a desenvolver soluções que vão além do papel, como o chip para passaportes, as etiquetas em polietileno, os fios e bandas holográficas, entre outras. “Possuímos cerca de 900 patentes ao redor do mundo e oferecemos uma ampla variedade de produtos de marca. Cada produto apresenta distintas variações, pois desenvolvemos cada papel de maneira personalizada, conforme as necessidades de cada projeto. Cada papel é desenvolvido para atender uma determinada necessidade do cliente. Por isso, as especificações mudam a cada projeto”, diz Cristiano Luz. Ainda segundo o executivo, os papéis podem ser disponibilizados em folhas ou bobinas, atendendo a necessidade do projeto e possuem como principais características a marca d’água, a ausência de fluorescência e as fibras de segurança, além de vários outros elementos que podem ser agregados de acordo com o projeto.
 
Fonte: Revista Publish - edição 113